Resenha | ‘Sete mentiras’ tem uma narradora questionável, mas cativante

Escrever sobre Sete mentiras — livro de estreia da inglesa Elizabeth Kay — é um desafio, porque qualquer coisa que eu diga a mais pode estragar sua experiência de leitura. Mas prometo ser cuidadosa.

Em primeiro lugar, já digo que se acontecer com você o que aconteceu comigo, você não vai ter vontade de soltar este livro até saber de toda a verdade.

Esta é a história de Jane e Marnie, amigas de infância inseparáveis. Já adultas, ambas se casam com homens incríveis e por quem são apaixonadas. Porém, Jane não suporta o marido da amiga, o que faz com que ela comece a contar suas primeiras mentiras. Talvez se ela tivesse agido diferente o marido de Marnie não acabasse morto. Calma, isso não é um spoiler! Está em todas as sinopses e na contracapa do livro.

A narradora é a própria Jane e ela é fantástica, nos prendendo em suas lembranças e nos fazendo percorrer diferentes momentos dessa relação tão próxima entre elas. Mas não dá pra passar pano: Jane é possessiva, obsessiva e tóxica!

A escritora inglesa Elizabeth Kay. (Foto: Charlie Hopkinson/Reprodução)

Não foram raros os momentos em que me peguei com raiva e brigando mentalmente com ela, julgando suas atitudes. O mais interessante é que o livro é escrito a fim de causar essas sensações mesmo. Muitas vezes, Jane para a narrativa e diz coisas do tipo: “não me julgue antes de conhecer a história toda” ou “o que você teria feito no meu lugar?”

Isso me envolveu e me fez devorar o livro (acho que foi uma das leituras mais rápidas do ano).

Minha única reclamação é que o desfecho da história se dá de forma muito acelerada. Não que precisasse se alongar muito ali, acho que não seria necessário. Mas há um momento (não exatamente o final, do qual gostei bastante) que poderia ter sido melhor explorado.

Dê uma chance a Sete mentiras e você encontrará uma história intrigante, uma narradora cativante (embora altamente questionável), uma escrita que te prende e que flui muito bem.


SETE MENTIRAS
Autora:
Elizabeth Kay
Tradução: Regiane Winarski
Editora: Suma
Páginas: 272
Onde comprar: Amazon | Companhia das Letras

Livro recebido através da parceria com o Grupo Companhia das Letras.


Postado por Carla Furlan

É publicitária, atriz e bailarina. É fã de O Senhor dos Anéis, Game of Thrones e do diretor Quentin Tarantino. Na música, adora Nando Reis, Beatles, Elvis e até hoje ama os Backstreet Boys.

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