Eu tenho lido muitas HQs ultimamente, e uma das séries que mais estou gostando de acompanhar é Condado Maldito. A DarkSide, em parceria com a Macabra TV, acaba de lançar o segundo volume no Brasil, intitulado Maus Presságios — serão 8 no total.
ATENÇÃO: este texto possui leves spoilers de Condado Maldito 1: Bruxas e Assombrações. Leia por sua conta e risco.

Nesse novo volume Emmy está um pouco mais confortável em sua condição de bruxa. Ela usa seus poderes para curar doenças e atua como uma espécie de mediadora de conflitos entre todas as criaturas que vivem em Harrow. Às vezes alguém pede que ela use suas habilidades para o mal, mas Emmy sempre se nega.
A relativa paz do condado é posta à prova com a chegada de Kammy, a garota misteriosa que aparece no final do primeiro livro. Embora ela seja idêntica fisicamente a Emmy (e a semelhança tem uma explicação), logo fica claro que sua personalidade é bem diferente.

Além da história e dos desenhos de Condado Maldito serem ótimos, uma característica da série que me agrada é a forma como os monstros são apresentados. Alguns realmente são maus, mas muitos deles, por mais que tenham um aspecto demoníaco ou fantasmagórico, são capazes de gestos de amizade e fidelidade.
Várias das criaturas apenas se sentem abandonadas e desorientadas, uma vez que a bruxa Hester Beck, que foi quem as invocou, não está mais ali — embora sua influência esteja por todos os lados. Novamente isso gera um contraste com as pessoas do Condado de Harrow. Muitos dos principais antagonistas mostrados até agora na série são homens e mulheres — que, não custa lembrar, foram criados por Hester, usando lama, sangue e feitiços.
No fim das contas, todos ali são sobrenaturais de alguma maneira. Pra mim, esse debate sobre o que faz algo (ou alguém) ser um monstro é o ponto mais interessante de Condado Maldito, e, por si só, vale a leitura. Mas repito: a arte e o texto também são excelentes. Acabei de sair do Condado de Harrow e já estou ansioso para voltar pra lá!
CONDADO MALDITO 2: MAUS PRESSÁGIOS
Autores: Cullen Bunn (texto) e Tyler Crook (arte)
Tradução: Jim Anotsu
Editora: DarkSide Books
Páginas: 128
Onde comprar: Amazon | DarkSide Books
*Livro recebido através da parceria com a DarkSide Books.

Postado por Lucas Furlan
É formado em Comunicação Social e trabalha com criação de conteúdo para a internet. Toca guitarra e adora música e cinema, mas, antes de tudo, é um leitor apaixonado por livros.
Um comentário em “Resenha | “Condado Maldito 2”: o que faz de algo (ou alguém) um monstro?”