Resenha | A honra e o peso das escolhas são os temas centrais da HQ ‘Seven to Eternity v.1: o Deus do Sussurro’

Seven to Eternity tem vários elementos que já são esperados em obras de fantasia, como magia, criaturas estranhas, disputas por poder e ação. A HQ se destaca por somar a tudo isso temas como honra, legado e, principalmente, o peso das escolhas.

A trama se passa no mundo de Zhal, que é governado pelo ser conhecido como Deus do Sussurro. Ele tem o dom de realizar o desejo mais íntimo das pessoas, mas quem aceita sua “bondade” acaba se tornando seu escravo.

Os membros da família Osidis sempre se opuseram ao tirano — a quem chamam de Rei da Lama — e, por isso, foram forçados ao exílio. Escondidos dele, viveram anos de relativa paz. Logo no começo da história, porém, seu esconderijo é descoberto e eles são atacados pelo Flautista, o braço direito do vilão. Ele deixa um aviso: Adam, o filho mais velho, deve ir se encontrar com o Deus do Sussurro e ouvir o que ele tem a propor, ou toda a família Osidis será morta. Sem opção, Adam concorda, ainda que com isso quebre a promessa feita ao seu pai de que nunca ouviria as ofertas tentadoras do seu maior inimigo.

A partir daí Seven to Eternity poderia caminhar rumo a diversos clichês, mas o roteirista Rick Remender (autor da ótima Tokyo Ghost) insere vários pontos complicadores na trama. Adam Osidis está doente e acredita que sacrificar sua honra não será um custo tão grande, já que tem pouco tempo de vida. Mas o Deus do Sussurro é ardiloso e tem uma carta na manga, ou seja, uma proposta irrecusável para tornar mais duradoura a servidão do protagonista. O que nenhum deles imagina é que os últimos mossaques — guerreiros com poderes mágicos — vão cruzar o caminho de ambos.

Seven to Eternity é confusa em alguns momentos e eu confesso que precisei ler duas vezes para compreender tudo que estava acontecendo, especialmente no que diz respeito aos mossaques. Mas isso se deve principalmente por esse ser o primeiro volume de uma série e pela vastidão do mundo criado pelos autores.

A arte de Jerome Opeña é excelente, assim como as cores de Matt Hollingsworth (que também colaborou com Remender em Tokyo Ghost).

Mas o ponto alto deste primeiro volume, e acredito que será assim em toda a série, é o tema das escolhas e suas consequências. Adam vai ceder ao Deus do Sussurro e salvar sua família, ou vai defender o legado do seu pai, mesmo que isso traga destruição e morte? Existe uma terceira via? São as decisões dos personagens que movem a trama, e elas sempre são marcadas por dilemas. Não por acaso, a HQ se encerra com uma pergunta, o que só faz aumentar a curiosidade para os próximos volumes.


SEVEN TO ETERNITY VOL.1: O DEUS DO SUSSURRO
Autores: Rick Remender (roteiro), Jerome Opeña (arte) e Matt Hollingsworth (cores)
Tradução: Érico Assis
Editora: DarkSide Books
Páginas: 128
Onde comprar: Amazon | DarkSide Books | Comix

*Livro recebido através da parceria com a DarkSide Books.


Postado por Lucas Furlan

É formado em Comunicação Social e trabalha com criação de conteúdo para a internet. Toca guitarra e adora música e cinema, mas, antes de tudo, é um leitor apaixonado por livros.

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