Resenha | O monge negro, de Anton P. Tchekhov

O MONGE NEGRO
Autor: Anton P. Tchekhov
Tradução: Moacir Werneck de Castro
Editora: Rocco
Páginas: 88
Avaliação: 4-estrelas-muito-bom
Onde comprar: Amazon

Qual é o limite que diferencia a genialidade da loucura? Será que uma está ligada à outra? Esses são os principais temas da novela O monge negro, escrita por Tchekhov em 1893 e publicada no ano seguinte.

O escritor russo Anton P. Tchekhov (1860-1904).

Um enviado de Deus?

O protagonista é Andrei Vassilievitch Kovrin, um brilhante acadêmico que está enfrentando uma crise nervosa. Em busca de novos ares, ele vai passar alguns dias na casa de seu antigo tutor, o horticultor Pessotski, e de sua filha, Tânia.

Mesmo estando próximo das pessoas com quem cresceu, Kovrin não consegue acalmar sua mente. Ele bebe e fuma muito, passa as noites lendo e escrevendo, e percebe que está perdendo a sanidade. Essa situação se comprova quando ele começa a ter alucinações frequentes com um monge, com quem tem longas conversas.

O monge diz que Kovrin é um enviado de Deus com uma missão especial na Terra, e que sua loucura é essencial pra que ele se diferencie das pessoas comuns. Mesmo sabendo que o monge é fruto de sua imaginação, Kovrin fica muito contente com isso.

A partir daí, surge a questão: ele deve aceitar sua loucura, com a qual se sente realizado e feliz, ou deve se submeter a um tratamento, que o livraria da insanidade mas o transformaria numa pessoa como qualquer outra?

Personagens com vontade própria

Quem é familiarizado com as narrativas de Tchekhov, já deve saber o que esperar de O monge negro. A escrita do mestre russo é simples, direta e reduzida ao essencial. Não espere explicações e nem a defesa de teses ou teorias; seus personagens parecem ter vontade própria. O autor não os utiliza para defender ideias explicitamente, pelo contrário, é como se Tchekhov apenas os observasse e narrasse as ações realizadas por eles. As conclusões cabem exclusivamente ao leitor.

Essa edição de O monge negro faz parte da coleção Novelas imortais, que foi organizada por Fernando Sabino e é publicada pela Rocco. Eu li a versão digital, que está disponível no Kindle Unlimited. Recomendo!

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