O mistério de Marie Rogêt (presente em O escaravelho de ouro e outras histórias)
Autor: Edgar Allan Poe
Tradução: Bianca Pasqualini
Editora: L&PM (Coleção L&PM Pocket)
Páginas: 52 (conto) e 240 (livro)
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Como prometido, hoje é dia de resenhar O mistério de Marie Rogêt, de Edgar Allan Poe. O conto, publicado originalmente em 1842, marca a segunda aparição de C. Auguste Dupin e é considerada a primeira narrativa policial inspirada num crime real.
De Nova Iorque a Paris
A trama se passa dois anos após Assassinatos na Rua Morgue. A solução do caso das mortes de Madame L’Espanaye e de sua filha fez com que o nome de Dupin se tornasse conhecido em Paris; por isso, ele é procurado pelo delegado G. para colaborar nas investigações do misterioso assassinato da jovem vendedora de perfumes Marie Rogêt. Auguste Dupin faz um acordo com a polícia pela primeira vez e analisa o caso utilizando apenas as notícias e depoimentos que saíram nos jornais.
Apesar das conclusões do francês serem geniais (e o fato dele ter chegado a elas sem sair de casa ser impressionante), o conto é um pouco cansativo, já que a maior parte dele é constituída pela exposição das contradições que Dupin encontra nos jornais. Ainda assim, O mistério de Marie Rogêt tem um grande atrativo: Edgar Allan Poe escreveu o conto a partir de suas próprias investigações a respeito do assassinato de Mary Cecilia Rogers, um crime real que aconteceu em 1841 em Nova Iorque.
Assim como seu protagonista, Poe baseou-se nas notícias dos jornais e utilizou em sua narrativa todos os elementos conhecidos desse crime, mudando apenas os nomes próprios e transferindo o cenário para Paris. O assassinato de Rogers nunca foi solucionado, mas, de acordo com as notas presentes no conto, as hipóteses levantadas pelo escritor eram absolutamente pertinentes.

Coincidências
Outra curiosidade é que a morte (real) de Mary Cecilia Rogers é citada no texto, sendo descrita como idêntica a morte (fictícia) de Marie Rogêt. Não é como se ela tivesse sido uma inspiração, mas como se fosse uma coincidência. Desde a epígrafe (do poeta Novalis), o narrador anônimo (o mesmo de Assassinatos na rua Morgue) defende que coincidências inexplicáveis acontecem a todo momento no mundo, e que pequenos acontecimentos podem fazer com que elas se diferenciem sutilmente e acabem não sendo percebidas.
Enfim, O mistério de Marie Rogêt é o conto do qual menos gosto da “Trilogia Dupin”, mas a leitura de qualquer trabalho de Edgar Allan Poe é sempre recomendável. Na quarta-feira que vem é a vez de A carta roubada, última história protagonizada pelo “primeiro detetive da literatura”.
AVALIAÇÃO
→ Imagens extraídas da internet.
Que pena que foi cansativo Lu! A história parecia bem interessante.
Beijo
Resenhando por Marina
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Pois é… Mas, ainda assim, a leitura vale a pena. Afinal, é Edgar Allan Poe, né?
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Acabei de ler! é cansativo, porém genial. Quando eu terminar de ler Histórias Extraordinárias, pretendo ler um pouco do Lovecraft, que também é muito aclamado pelos leitores.
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Olá, Vinny.
Ótima escolha! A leitura de H. P. Lovecraft também não é exatamente fácil, mas vale muito a pena!
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Conto genial,apesar da prolixidade!
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