No último fim de semana, fiz uma coisa que já devia ter feito há muito tempo: finalmente assisti As vantagens de ser invisível. Trata-se de um filmaço que fica há anos-luz da maioria das produções voltadas ao público adolescente.
As vantagens de ser invisível foi baseado no livro de mesmo nome escrito por Stephen Chbosky e publicado em 1999. O próprio autor roteirizou e dirigiu a adaptação cinematográfica, que chegou aos cinemas em 2012.
A sinopse em si é simples: Charlie (vivido por Logan Lerman), um jovem solitário e recém-saído de um tratamento contra depressão, entra para o primeiro ano do colegial e faz amizade com turma de estudantes veteranos, principalmente com os meios-irmãos Patrick (papel de Ezra Miller) e Sam (interpretada por Emma Watson). Com eles, Charlie tenta superar o recente suicídio do melhor amigo e começa a deixar entrar um pouco de luz em sua personalidade melancólica.
Falando assim, pode parecer que o filme é uma produção melosa de autoajuda, mas isso não é verdade. Crescer não é fácil (e às vezes nem é divertido) e Stephen Chbosky sabe disso muito bem. As vantagens de ser invisível tem momentos felizes e engraçados, mas também tem cenas tristíssimas, sombrias até. O filme aborda temas caros ao universo juvenil como amizade, drogas, a construção da personalidade, escolha de uma carreira, sexualidade, música – sempre com muita delicadeza e sem julgamentos. Ainda há espaço para suicídio, depressão e abuso infantil.
A escolha do elenco foi perfeita: Logan Lerman transmite a fragilidade de Charlie com precisão e parece sempre uma bomba silenciosa prestes a explodir. Emma Watson apresenta uma Sam que, embora frágil fisicamente, se mostra inteligente, sedutora e cheia de personalidade. E Ezra Miller, apenas um ano depois de Precisamos falar sobre Kevin, construiu mais um personagem impressionante. Aposto que o cara vai se tornar um dos maiores astros de Hollywood nas próximas décadas.
A trilha sonora também é sensacional, com The Smiths, Sonic Youth, Dexy’s Midnight Runners e, é claro, David Bowie.
Na minha opinião, As vantagens de ser invisível tem presença garantida em qualquer lista de “melhores filmes voltados para o público jovem”, ao lado de clássicos como Juventude transviada e Clube dos Cinco (não por acaso, John Hughes era um grande admirador do livro de Chbosky e quase foi o responsável pela adaptação). Ele não é um “filme de geração”, já que foi lançado em 2012 mas se passa no começo da década de 90; porém, a adoração que ele desperta em jovens, que mal tinham saído das fraldas na época retratada no longa, é uma prova de que o filme é atemporal.
Tanto que quem escreve isso é um adulto de 34 anos que se emocionou com As vantagens de ser invisível e agora está muito curioso para ler o livro.
PS: vou deixar aqui o trailer do filme (que está disponível na Netflix), mas, neste vídeo, a última frase (que é importantíssima) está traduzida erradamente. O correto seria:
E, neste momento, eu juro que nós somos infinitos.
→ Imagens extraídas da internet.
Também amei o filme Lu.
Mas me destruiu. Achei muito impactante.
Beijos
Resenhando por Marina
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Oi, Marina!
Sim, o filme mexe com a gente MESMO!
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