Resenha | A guerra dos tronos, de George R. R. Martin

Livro.pngA guerra dos tronos
Autor: George R. R. Martin
Tradução: Jorge Candeias
Editora: Leya
Páginas: 592
Compre pela Amazon: amzn.to/2vftW2L

Quem acompanha o blog sabe que As crônicas de gelo e fogo é uma das minhas sagas preferidas. Entretanto, o único livro relacionado à obra de George R. R. Martin que já tinha sido resenhado por aqui era O mundo de gelo e fogo. Para corrigir essa contradição vou postar a partir de hoje (e nas próximas cinco sextas-feiras) resenhas sobre os cinco livros já publicados da série, e também sobre O cavaleiro dos Sete Reinos (que se passa cerca de noventa anos antes da trama principal).

Mas, comecemos pelo começo.

george-r-r-martin
O escritor George R. R. Martin, autor de “As crônicas de gelo e fogo”

Targaryen, Stark, Baratheon, Lannister, etc

A guerra dos tronos é o primeiro volume da saga. Ele foi lançado em 1996, quinze anos antes da estreia da série da HBO. Aliás, foi do seu título original, A game of thrones, que foi retirado o nome do seriado.

Atualmente, depois de cinco livros, a história contada em As crônicas de gelo e fogo apresenta diversas subtramas e seus personagens estão espalhados por toda parte de Westeros (o território fictício onde os Sete Reinos estão localizados) e também de Essos (o continente vizinho). Mas o ponto de partida de A guerra dos tronos é razoavelmente simples:

Cerca de 15 anos depois de derrubar e praticamente dizimar a dinastia Targaryen e de assumir o trono de ferro de Westeros, o rei Robert Baratheon encara uma fase de transição em seu governo. Jon Arryn, a “Mão do Rei” (cargo semelhante ao de primeiro ministro) morreu e, para substituí-lo, Robert convoca seu velho amigo, Eddard (ou simplesmente Ned) Stark.

Ned reluta em aceitar o convite, pois teria que se mudar para a capital, Porto Real, deixando pra trás sua família e seu castelo, Winterfell, situado no norte de Westeros. Quando está decidido a recusar, Ned recebe uma denúncia que o faz mudar de ideia: Jon Arryn teria sido assassinado por ordem da rainha, Cersei Lannister, que também estaria conspirando para matar o marido. Para investigar e proteger o rei, Ned aceita o cargo, mas não conta nada de suas suspeitas para o amigo.

Além dos acontecimentos em Porto Real e Winterfell, A guerra dos tronos nos leva também para Essos (onde Viserys Targaryen, herdeiro dos antigos soberanos de Westeros, tenta fazer alianças para retomar o trono de ferro, usando como moeda de barganha sua irmã mais nova, Daenerys – sim, ela mesma) e para a Muralha (uma imensa construção de gelo, para onde o filho bastardo de Ned Stark, Jon Snow – ele mesmo – vai se juntar à “Patrulha da Noite”, uma ordem militar responsável por defender o norte, onde os homens servem até morrer.

personagens
Ned Stark (Sean Bean), Daenerys Targaryen (Emilia Clarke), Jon Snow (Kit Harington) e Tyrion Lannister (Peter Dirklage): personagens fundamentais em A guerra dos tronos e seus intérpretes na TV

Diferentes pontos de vista

Para acompanhar os inúmeros “participantes do jogo dos tronos” e cobrir as diversas localidades onde a história se passa, o escritor George R. R. Martin fez com que os capítulos apresentassem a visão de diferentes personagens. Em A guerra dos tronos são oito personagens com ponto de vista: Eddard Stark, Catelyn (sua esposa), seus filhos Bran, Arya e Sansa, além de Jon Snow, Daenerys Targaryen e Tyrion Lannister (o anão, irmão mais novo dos gêmeos Cersei e Jaime). Há ainda um prólogo narrado sob o ponto de vista do patrulheiro Will, que, logo de cara, conhece a ameaça representada pelos “Outros” (também conhecidos como “White Walkers” ou “Caminhantes Brancos”).

Além da alternância de vozes, essa variação dos pontos de vista faz com que nossa opinião sobre os personagens vá mudando durante a leitura. Meu personagem favorito, Tyrion Lannister, por exemplo: ele parece ser uma pessoa boa, mas tem a má fama dos Lannisters; ele vive bêbado, mas é muitíssimo inteligente.

É fantasia para adultos, mas protagonizada por adolescentes

É preciso disposição para iniciar a leitura de uma saga tão longa, ainda mais quando há uma série de TV para facilitar a nossa vida, mas eu recomendo muito A guerra dos tronos. Primeiro, porque a trama é viciante e, segundo, porque com o passar dos anos, os livros e a série foram se afastando, embora, obviamente, ambas narrem a mesma história e caminhem para o mesmo final.

Com suas intrigas, traições e reviravoltas, a escrita de Martin reserva muitas surpresas para o leitor e, apesar do tamanho do livro, flui muito bem. É preciso lembrar, porém, que mesmo se tratando de uma fantasia com vários elementos mágicos, é um livro para adultos.

A guerra dos tronos tem muita violência, sexo, mortes cruéis… Mas, na minha opinião, tudo faz parte do contexto onde a narrativa se passa: um mundo medieval brutal em tempos de guerra. Mesmo as famigeradas tragédias que acontecem com personagens importantes são resultado de decisões e atitudes tomadas por eles anteriormente. Já neste primeiro livro são plantadas algumas sementes que só vão dar frutos sangrentos nos próximos volumes.

Chocante mesmo é se dar conta que nos livros os personagens são muito mais jovens do que na TV. Robb Stark (o filho mais velho de Ned) e Jon Snow têm 14 anos! Sansa, 11! E Daenerys, apenas 13! E eles passam por cada uma…

É impossível ler um só

Encerrando, eu acho que A guerra dos tronos é o segundo melhor livro de As crônicas de gelo e fogo, perdendo apenas para o monumental A tormenta de espadas. Mas se você finalizar a leitura dele, respire fundo e prepare-se: vai ser impossível não ler o restante da obra de George R. R. Martin.

AVALIAÇÃO

5-estrelas-2

Imagens extraídas da internet.

7 comentários em “Resenha | A guerra dos tronos, de George R. R. Martin

Deixe seu comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s