Sejamos todos feministas
Autora: Chimamanda Ngozi Adichie
Tradução: Cristina Baum
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 64
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As questões de gênero estão entre as mais discutidas da atualidade. Ainda assim, o assunto ainda é encarado com muitas reservas e ignorância, o que acaba se refletindo em padrões de comportamento presentes em diversas sociedades. Sabendo disso, a escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie escolheu tratar sobre o Feminismo quando foi convidada, em dezembro de 2012, a participar como palestrante da conferência TEDxEuston. A apresentação da autora foi transcrita para o livro Sejamos todos feministas, que todos, homens e mulheres, devem ler.
A necessidade do Feminismo
Adichie se assume como feminista logo no começo do texto, mas recusa que estereótipos preconceituosos sejam colados nela. Ao contrário do que muitos pensam, uma pessoa feminista não precisa ser lésbica ou odiar os homens. Precisa reconhecer que, por questões culturais, o gênero limita a forma como as mulheres são vistas pela sociedade, e, consequentemente, precisa combater esse problema.
Pra defender sua tese, Chimamanda Adichie cita diversos exemplos. Alguns elas presenciou – e até vivenciou – na Nigéria, como o fato dos garçons cumprimentarem apenas o homem quando um casal chega a um restaurante.
Outros exemplos usados por Adichie não se restringem ao seu país natal, mas se aplicam praticamente ao mundo todo. As diferenças salariais entre homens e mulheres que ocupam o mesmo cargo ainda são gritantes, e muita gente ainda fica “encantada” ao saber que um pai ajuda a cuidar do filho bebê ou é um bom cozinheiro (já que essas funções são atribuídas, historicamente, às mulheres).

Adeus aos estereótipos
A escritora sabe que os homens podem até ser mais fortes fisicamente do que as mulheres, mas não possuem nenhum gene que os tornam mais inteligentes ou capazes de liderar. As responsabilidades imposta a cada gênero são construções culturais, que vêm desde o início da humanidade, quando o indivíduo mais forte fisicamente era o líder natural de seu grupo. Assim como a humanidade evoluiu, hábitos culturais ultrapassados precisam passar por transformações.
Outro ponto importante do livro já fica explícito na tradução do seu título original. We should all be feminists foi vertido para Sejamos todos feministas, e não para Sejamos todas feministas. Ou seja: os homens também têm papel fundamental pra que as diferenças culturais entre os gêneros desapareçam.
Homens adultos precisam enxergar o problema e combatê-lo, enquanto meninos precisam ser educados sem estereótipos e sem a necessidade de se tornarem “homens duros” (expressão comum na Nigéria). Dessa forma, quando esses garotos crescerem, eles serão capazes de aceitar mulheres em cargos de chefia e as respeitarão caso elas desejem não se casar ou não ter filhos. Consequentemente, esses meninos e homens também estarão livres dos estereótipos aplicados a eles – sem que isso tenha a ver, necessariamente, com opção sexual. Chimamanda escreve:
O problema da questão de gênero é que ela prescreve como devemos ser em vez de reconhecermos como somos.
Sejamos todos feministas é bem curto e acessível, além de muito esclarecedor. Pra quem não sabe, o Feminismo não defende a superioridade do gênero feminino, mas luta pra que homens e mulheres tenham oportunidades iguais, e possam viver livres de estereótipos construídos ao longo da história. Sejamos todos feministas. Leiamos todos esse livro.
A palestra que deu origem ao livro
Aqui você confere a palestra original de Chimamanda Ngozi Adichie. Um trecho da voz da escritora foi usado posteriormente por Beyoncé na música Flawless:
AVALIAÇÃO
→ Imagens extraídas da internet.
Amei a resenha e o livro. A autora escreve de um jeito tão fácil que parece que estamos conversando com ela pessoalmente. Sem falar do tema que, mais do que nunca, é atual e diz exatamente como o preconceito ainda está enraízado na sociedade. Está na hora de abrirmos a mente, tanto homens, como mulheres.
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Justamente! 🙂
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