Resenha | Mestre Gil de Ham, de J. R. R. Tolkien

capa-mestre-gilMestre Gil de Ham
Autor: J. R. R. Tolkien
Tradução: Waldéa Barcellos
Editora: WMF Martins Fontes
Páginas: 102
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Entre um livro e outro, e nas folgas das aulas na universidade, J. R. R. Tolkien gostava de criar narrativas para contar aos filhos. Algumas dessas histórias infantis agradaram o autor de forma especial, e acabaram sendo ampliadas e editadas em livros. Esse é o caso de Mestre Gil de Ham, publicado em 1949. A história é breve e passa longe da opulência de obras como O Silmarillion e O Senhor dos Anéis, mas tem muito em comum com O Hobbit.

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O escritor inglês J. R. R. Tolkien

A trama

O personagem-título do livro é um fazendeiro pacato e bonachão, cujo verdadeiro nome é Aegidius Ahenobarbus Julius Agricola de Hammo. Ele vive no vilarejo de Ham, ao lado da esposa Agatha, do cachorro falante Garm e de uma égua cinzenta que é cheia de personalidade.

Uma noite, a fazenda de Gil é invadida por um gigante perdido, que causa vários estragos. Contando com a sorte, Mestre Gil consegue expulsá-lo e passa a ser visto como um herói local. Sua fama chega aos ouvidos do Rei Augustus Bonifacius, soberano do Reino Médio, que o presenteia com uma espada velha que estava jogada em seu arsenal. O que ninguém sabia é que a arma era a famosa Caudimordax (ou “Morde-cauda”), que pertencera a um célebre matador de dragões.

Algum tempo depois, um mal entendido faz com que o reino seja atacado pelo rico e faminto dragão Chrysophylax, que causa destruição por onde passa. Quando ele se aproxima de Ham, Mestre Gil é praticamente obrigado a combatê-lo. A princípio o fazendeiro não se mostra muito disposto, mas, preocupado em manter sua reputação e já sabendo que possui a Caudimordax, ele encara o desafio.

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Mestre Gil, Garm e a égua cinzenta, em ilustração de Alan Lee presente no livro

Diversão sem muita pretensão

Como escrito anteriormente, a trama de Mestre Gil de Ham tem muitos pontos em comum com O Hobbit, que fora publicado por Tolkien 12 anos antes. Tanto Aegidius quanto Bilbo Bolseiro são heróis improváveis, que acabam metidos em aventuras e são salvos pela sorte e pela esperteza em várias ocasiões. O dragão Chrysophylax não é tão rico e nem tão perigoso quando Smaug, “o Magnífico”, mas também é ardiloso e mantem sua riqueza bem protegida numa montanha. E se a espada de Bilbo, “Ferroada”, fica azul quando um orc se aproxima, a Caudimordax de Gil sai sozinha da bainha sempre que um dragão está por perto.

Como em outras obras de Tolkien, Mestre Gil de Ham é apresentado como sendo a tradução de um texto antigo, e a preocupação com os nomes (o escritor era um respeitado filólogo) e a geografia são grandes. Por outro lado, a trama do livro não se passa na Terra-Média, mas numa Inglaterra medieval fragmentada em diversos reinos, num período anterior ao reinado de Arthur.

Também é curioso notar como o heroísmo é tratado no livro. Mestre Gil é mais sortudo e esperto do que corajoso; o soberano Augustus Bonifacius tem coragem, mas é arrogante e ambicioso; e os cavaleiros, símbolos de honra no mundo medieval, são apresentados como vaidosos e desinteressados.

A principal qualidade de Mestre Gil de Ham é o humor, e as negociações e barganhas entre Gil e Chrysophylax são muito engraçadas. O leitor que se propuser a ler o livro, deve encará-lo da mesma forma que Tolkien fez ao escrevê-lo: por diversão, com leveza e sem maiores pretensões.

AVALIAÇÃO

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Imagens extraídas da internet.

2 comentários em “Resenha | Mestre Gil de Ham, de J. R. R. Tolkien

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