Lista | 5 livros que foram desprezados antes de bombar

O clássico Moby Dick foi publicado pela primeira vez há 165 anos, no dia 18 de outubro de 1851. Mas, inicialmente, o livro foi um grande fracasso, sendo desprezado por público e crítica. Saiba mais na lista abaixo e confira outras obras famosas que não agradaram logo de cara (é inacreditável, mas algumas quase nem foram lançadas)!

moby-dick1 – Moby DickHerman Melville (Cosac Naify)

Escrita pelo norte-americano Herman Melville, a história de Ishamel, Queequeg e do Capitão Ahab a bordo do baleeiro Pequod foi publicada inicialmente em Londres, com o nome de A baleia. A tiragem inicial era de apenas 500 exemplares, mas menos de 300 foram vendidos. Melville fez revisões no texto, alterou o título para Moby Dick e lançou a obra nos Estados Unidos um mês depois, mas o fracasso se repetiu. Quando o autor morreu, em 1891, ele e sua obra estavam praticamente esquecidos. Foi só no começo do século XX que o valor de Moby Dick foi reconhecido. O livro é considerado um dos melhores de todos os tempos.

o-processo2 – O processoFranz Kafka (Companhia de Bolso)

Antes de morrer, em 1924, o escritor tcheco Franz Kafka entregou ao amigo Max Brod vários de seus escritos que ainda estavam inacabados. A orientação era clara: Brod deveria incinerar toda aquela papelada. Para a sorte da literatura mundial, o amigo não obedeceu a ordem de Kafka, e passou a trabalhar em cima do material para ver se algo poderia ser aproveitado. Uma das obras que Brod conseguiu organizar e publicar foi o romance O processo. A história de Josef K., que numa manhã é detido e passa a ser processado sem saber o motivo, foi lançada em 1925 e é considerada um dos pontos altos da bibliografia de Kafka.

gatsby3 – O grande GatsbyF. Scott Fitzgerald (Record)

No começo da década de 1920, F. Scott Fitzgerald era um dos escritores mais populares dos Estados Unidos. Chamado de “o autor da Era do Jazz”, ele fez muito sucesso com seus contos e seus dois primeiros romances, Este lado do paraíso e Belos e Malditos. Em 1925, Fitzgerald publicou O grande Gatsby, que é considerado sua obra-prima e um dos principais livros do século passado. Entretanto, quando foi lançado, Gatsby encalhou nas livrarias, e foi o primeiro fracasso do autor. Nos anos seguintes, Fitzgerald se entregou ao alcoolismo, afundado em dívidas e sofrendo com as crises de esquizofrenia de sua esposa, Zelda. Ele morreu em 1940, com 44 anos. Após sua morte, porém, a crítica voltou a reconhecer seu valor literário, graças, principalmente, a O grande Gatsby. Esse livro tem o meu final preferido (leia mais aqui).

uma-confraria-de-tolos4 – Uma confraria de tolosJohn Kennedy Toole (BestBolso)

Esse é o livro mais cult desta lista e, apesar de ser muito divertido, também tem uma história triste. Em Uma confraria de tolos, o norte-americano John Kennedy Toole narra o cotidiano de Ignatius J. Reilly, um gorducho intelectual, preguiçoso e egocêntrico, que luta contra a modernidade nas ruas de Nova Orleans. Toole, que era professor de inglês, escreveu o livro no começo da década de 1960 e tentou publicá-lo por vários anos, sem obter sucesso. As recusas das editoras agravaram um quadro de depressão no escritor, que o levou ao suicídio quando ele tinha apenas 31 anos. Nos anos seguintes, a mãe de John Kennedy Toole, Thelma, ciente do talento do filho, continuou tentando publicar a obra. Em 1976, ela conheceu o editor Walker Percy, e, com uma cópia em carbono do manuscrito original, o convenceu a lançar o livro. Uma confraria de tolos chegou às livrarias em 1980 e foi aclamado pela crítica. No ano seguinte, o livro recebeu o prestigioso Prêmio Pulitzer de Ficção! Hoje, a obra é definida como “um clássico moderno norte-americano”.

harry-potter5 – Harry Potter e a Pedra FilosofalJ. K. Rowling (Rocco)

Você deve estar se perguntando “Harry Potter? Como assim?”. O livro se tornou um best-seller assim que foi publicado, mas demorou até que alguém percebesse o potencial do bruxinho. O primeiro volume da saga, Harry Potter e a Pedra Filosofal, foi escrito à mão por J. K. Rowling, entre uma aula de francês e outra (ela era professora) e nos momentos em que sua filhinha, ainda bebê, dormia. Apesar do esforço e da dedicação da autora, Harry Potter foi recusado por dez editoras! Depois de tantos “nãos”, o livro foi comprado pela Bloomsbury e chegou às lojas em 1997. O resto da história todo mundo sabe: a saga Harry Potter formou toda uma geração de leitores, vendeu milhões de cópias em todo o mundo, conquistou devotos, deu origem a oito filmes e transformou J. K. Rowling em bilionária. Anos depois, quando já estava consagrada, Rowling escreveu o livro O chamado do cuco, sob o pseudônimo de Robert Galbraith, e enviou o manuscrito, sem se identificar, para a apreciação de várias editoras. Dá pra acreditar que ela voltou a ter seu trabalho recusado, inclusive por uma das editoras que já tinha dito “não” a Harry Potter? Rowling só assumiu o pseudônimo depois que o livro já tinha sido comprado e publicado. Quando a notícia da verdadeira identidade de Galbraith se espalhou, O chamado do cuco se transformou em mais um best-seller da escritora.

Fotos: Lucas Furlan

 

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