Resenha | As crônicas marcianas, de Ray Bradbury

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AS CRÔNICAS MARCIANAS
Autor: Ray Bradbury
Editora: Biblioteca Azul
Tradução: Ana Ban
Páginas: 296
Onde comprar: Amazon

Como você imaginaria uma invasão alienígena? Provavelmente com naves espaciais atacando a Terra, pilotadas por criaturas monstruosas cujo único objetivo seria escravizar ou destruir os seres humanos, certo? Em As crônicas marcianas, o norte-americano Ray Bradbury pensou diferente.

Publicada em 1950, a obra inverte a situação e descreve a colonização humana em Marte. Ou seja, mostra os terráqueos como a raça invasora e os marcianos como o povo invadido.

1999: os humanos vão para Marte

A narrativa começa no então distante ano de 1999, quando a população terrestre volta os olhos para Marte para fugir de uma guerra nuclear iminente. Acontece que o Planeta Vermelho não é desabitado e, quando os primeiros foguetes vindos da Terra chegam, acontece um grande choque cultural.

Ray Bradbury aproveita essa situação para criticar sua própria sociedade norte-americana. Enquanto os marcianos são descritos como seres belos e inteligentes, com poderes telepáticos e donos de uma cultura muito desenvolvida, os homens que vão para Marte são apresentados como simplórios, ingênuos e individualistas. No livro, a colonização só tem início efetivamente depois que um evento do acaso favorece os humanos e se mostra fatal para os marcianos.

Ler para compreender o “outro”

A literatura ocupa uma posição central nas histórias de As crônicas marcianas, e Bradbury faz várias citações a livros e escritores. Ele defende o papel das narrativas como formadoras da personalidade das pessoas e como elemento fundamental na compreensão do “outro”.

Alguns leitores de ficção científica podem não gostar do livro pela falta de rigor científico, mas é preciso considerar que a obra foi lançada 19 anos antes da chegada do homem à lua. Ao invés de optar pela ciência, Bradbury prefere deixar sua imaginação voar alto: no universo de As crônicas marcianas existem espingardas que disparam abelhas, bebidas de fogo elétrico, barcos feitos de areia e pássaros de fogo.

Temas que continuam atuais

É curioso notar que seja um pouco datado (no final do século XX e começo do século XXI os homens ainda usariam chapéus e se comunicariam por código Morse), As crônicas marcianas trata de temas muito atuais, como migrações, identidade, racismo, ecologia e censura.

Os contos do livro (que por seguirem uma linha temporal contínua fazem com que ele se assemelhe a um romance) são ao mesmo tempo divertidos, assustadores, melancólicos e brilhantemente escritos. Um dos admiradores da obra era o mestre argentino Jorge Luis Borges.

Resumindo: você precisa ler esse clássico!

10 comentários em “Resenha | As crônicas marcianas, de Ray Bradbury

  1. Eu li só pq a escola pediu.Mas ao ler uma página não consegui parar de ler…então foi mt bom ter que ler pq a escola pediu assim pude conhecer um pouco mais sobre esse gênero de livro…

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