Crítica | 1922

Nesta semana eu finalmente assisti ao filme 1922, produzido pela Netflix e dirigido e roteirizado por Zak Hilditch. O longa é uma adaptação do conto de mesmo nome de Stephen King, que faz parte do livro Escuridão total sem estrelas. Sei que já escrevi sobre King na postagem de terça, mas, como hoje é Sexta-feira 13, tenho certeza que outro texto relacionado ao universo do escritor vem bem a calhar.

1922 começa com o protagonista, o fazendeiro Wilfred James, escrevendo uma confissão: há alguns anos ele matou a esposa, Arlette, e ainda convenceu seu filho de 14 anos, Henry, a ajudá-lo. O assassinato aconteceu porque Arlette estava decidida a vender as terras que recebera como herança e, com o dinheiro, se mudar do campo para a cidade, levando o filho consigo. Wilfred, ou Wilf, nunca aceitou essa possibilidade.

Ficamos sabendo que, depois de muito planejamento, o crime foi executado, o corpo da mulher nunca foi encontrado e nenhuma suspeita caiu sobre eles. Mas, logo de cara, o espectador é fisgado por duas dúvidas: 1) se foi um “crime perfeito”, o que levou Wilf a confessar? 2) Por que, no início do filme, Wilf está na cidade grande, e não em sua fazenda?

As respostas estão no bilhete de confissão que o protagonista está escrevendo.

Quando eu vi o trailer de 1922 (ainda não li o conto original), achei que o filme seria do estilo “casa mal assombrada”, mas ele é muito mais um terror psicológico. Existem fenômenos sobrenaturais, porém algumas cenas deixam em dúvida se esses fenômenos são reais ou “apenas” alucinações.

Por mais que o filme tenha algumas cenas assustadoras (a última, principalmente), o objetivo dele não é encher o espectador de sustos gratuitos. Em sua essência, 1922 conta a história de um homem tendo que enfrentar as consequências de seus atos, embora o elemento sobrenatural seja um dos temperos da trama.

Ah, sim: o filme tem ratos, muitos ratos. Se você sofre de musofobia, passe longe.

Uma curiosidade é que 1922 foi a terceira adaptação de uma obra de Stephen King na qual o ator Thomas Jane trabalhou. Ele, que mandou muito bem no papel de Wilfred James, já tinha atuado em O apanhador de sonhos (de 2003) e O nevoeiro (de 2007).

1922 tem várias características do seu protagonista: é duro, sério e sem nenhum humor. Por isso, pode não ser a escolha mais indicada para uma sessão de pipoca com os amigos. Mas é um filme muito bom e – coisa rara – arrancou elogios até do próprio Stephen King.

AVALIAÇÃO

4-estrelas-2

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