Simples Assim
Autor: Martha Medeiros
Editora: L&PM
Páginas: 240
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Oi, gente! Estou aqui de novo, a “colaboradora” do blog, (sim, colaboradora entre aspas, pois é assim que o Lucas Furlan definiu a mim e à irmã dele que tanto damos apoio moral rsrsrs), para falar de um livro que eu simplesmente adorei: Simples Assim, de Martha Medeiros, que reúne crônicas do dia a dia da autora. São histórias do cotidiano que, na linguagem dela, parecem ser as coisas mais simples que acontecem na vida de alguém. E são, a gente é que complica tudo.

Bate-papo entre amigos

Martha Medeiros é genial na sua maneira de escrever. Seja algo que aconteceu no dia, uma notícia que é destaque nos telejornais, uma viagem realizada, alguma frustração de infância, um filme, uma peça de teatro ou alguma encrenca doméstica (leia Encrencas domésticas, é uma das melhores crônicas)… Enfim, qualquer assunto vira um bate-papo entre amigos. Ela escreve de um jeito tão gostoso de ler que, quando chega no final do livro, você acha que ela é sua amiga de infância.

Sem contar o humor dos textos. Quantas vezes eu ri alto com várias crônicas, pois ela imprime leveza aos seus textos, sejam eles sobre assuntos corriqueiros ou sobre algo mais dramático. Eu me identifiquei bastante pois em algumas crônicas ela diz exatamente o que eu penso a respeito de determinados assuntos.

Acho que é por isso que eu simplesmente adorei o livro e tenho certeza que a maioria das pessoas também. Afinal, quem nunca passou por alguma das situações relatadas no livro? Claro que não estou me referindo ao “simples” fato de ela ter assistido a um show do Rolling Stones em pleno Hyde Park, em Londres, e no dia 13 de julho, Dia do Rock. Não, isso não acontece com todo mundo (veja na crônica 100% Satisfaction). Mas leia esse trecho:

Sei de uma moça que, aos 30 anos, trabalhava numa empresa e foi promovida a um cargo de direção. De índio passou a cacique, e todos os seus colegas a cumprimentaram, mas a partir dali começava sua despedida da profissão que escolhera: logo percebeu que não sabia mandar. Sentia-se constrangida com a liderança concedida. Não tinha voz firme para ordenar isso ou aquilo, para lidar com subordinados. Descobriu que estar no topo de uma hierarquia não era para o bico dela. Então juntou seus pertences e saiu pela porta, dando adeus ao emprego e encerrando uma carreira que havia sido promissora até ali. Mudou radicalmente de vida: virou colunista de jornal, passou a trabalhar em casa e viveu feliz para sempre até semana passada, quando leu uma reportagem sobre o lançamento de um novo smartphone que funciona com comando de voz.

(Trecho da crônica “Comando de voz”).

Quantas pessoas, homens ou mulheres, não tiveram que tomar uma decisão difícil? Quantos não largaram tudo pra começar de novo? Quantos não se inspiraram no texto e se encorajaram a fazer o mesmo? Não sei a resposta, mas que muitos se viram naquelas linhas, ah, se viram…

Uma das maiores cronistas do país

Não preciso nem falar quem é Martha Medeiros, né? Todo mundo sabe, ou a maioria das pessoas sabe, que ela é uma das maiores cronistas do país. Com seus textos, Martha nos coloca dentro do assunto que ela está escrevendo, fazendo com que a gente se identifique e veja que a vida não é fácil pra ninguém, mas pode e dever ser vivida, simples assim.

Além de crônicas, a escritora já publicou poesias, romances, livros infantis e contos. O romance Divã (2002) virou um filme e uma série de TV, ambos estrelados pela atriz Lília Cabral. Outro volume de crônicas, Doidas e Santas (2008), foi adaptado para o teatro, encenado por Cissa Guimarães, e se tornou sucesso de crítica e público. Doidas e Santas também virou filme e foi lançado nos cinemas no último mês de agosto.

Bom, eu sou suspeita pra falar, pois eu amo de paixão os textos da Martha Medeiros, sigo as páginas nas redes sociais e estou louca para ler muitos outros livros dela. Gosto de mulheres que dão um show no que fazem, e ela dá. Quando eu crescer, quero ser igual a ela (tenho que comer muito arroz com feijão pra isso acontecer).

AVALIAÇÃO

→ Fotos: Lucas Furlan, exceto imagem Martha Medeiros (extraída da internet).