A discussão sobre racismo vem ganhando força e visibilidade depois do assassinato de George Floyd, nos Estados Unidos. Não que não fosse necessária antes, porque sempre foi, mas, aqui no Brasil, não só a questão racial como diversas outras são varridas pra debaixo do tapete, como se o problema não existisse. Mas existe, aliás, sempre existiu desde que esse país foi invadido pelos portugueses.

Em Pequeno manual antirracista, Djamila Ribeiro aborda o racismo como estrutura da nossa sociedade e como ele é enraizado nas nossas relações familiares, sociais e de trabalho. O livro também aponta como o racismo precisa e deve ser discutido e combatido por pessoas brancas.

É preciso parar, pensar e repensar nos privilégios que uma pessoa branca tem e reconhecer que, nas atitudes do dia a dia, acabamos reproduzindo práticas racistas.

Sabe aquela piadinha (que não é piada, pois piada é pra ter graça e racismo não tem graça nenhuma) que ouvimos no almoço em família ou que a gente faz no dia a dia mesmo? Então, é racismo.

Sabe aquela fala “eu não sou racista, até tenho um amigo negro”? Então, é racismo. Sabe aquela “bala perdida” que sempre encontra um inocente nas comunidades? Então, é racismo. Sem contar diversas outras situações que nos parecem “normais”, mas não são.

Não basta dizer “eu não sou racista”

No Pequeno manual antirracista a gente aprende que não basta dizer “eu não sou racista”, nós (pessoas brancas) temos que reconhecer nossos privilégios e agir efetivamente para que o racismo não continue sendo perpetuado na sociedade.

Como? Reconhecendo ser uma pessoa privilegiada por conta da estrutura racista em que vivemos e nos tornando conscientes de que a mudança tem que partir de cada um de nós.

No livro, Djamila Ribeiro fala da questão racial enraizada na sociedade, em como essa estrutura foi sendo mantida ao longo de gerações e como esse sistema de opressão precisa ser combatido nos dias de hoje.

É preciso apoiar políticas educacionais afirmativas, ler autores negros, questionar a cultura que consumimos, apoiar o trabalho de pessoas negras (seja a área que for), mas, principalmente, reconhecer que é preciso mudar e que para mudar é preciso agir. Que não seja preciso morrer mais nenhum George Floyd, mais nenhum menino Miguel, mais nenhuma linda Ágatha para começarmos a agir. Temos que agir no hoje, no agora.

Pequeno manual antirracista, atualmente um dos livros mais vendidos e lidos do país, é leitura obrigatória para quem quer combater o racismo estrutural. A mestre em Filosofia e ativista Djamila Ribeiro é sensacional e em poucas páginas, nos faz parar e repensar em como podemos ir em direção à uma sociedade mais justa e humana para todos.

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