Adoro livros que aquecem o coração, que trazem conforto e esperança, mas também gosto de obras que mexem de outra forma comigo: que cutucam feridas ou que fazem refletir sobre coisas que nunca vivi.

Ecos, da norte-americana Pam Muñoz Ryan, sempre me chamou a atenção na estante do Lucas — a edição é linda — e, desta vez, senti que era hora de lê-lo. Num primeiro momento, pensei que este seria mais um daqueles contos de fadas que dão um quentinho no coração… Ledo engano!

Um livro encantador (e perturbador)

Em suas primeiras páginas, conhecemos a história de três irmãs que se livram da morte, mas se tornam prisioneiras de uma bruxa, vítimas de um feitiço. Um dia, depois de ajudar um garoto perdido na floresta a encontrar o caminho de volta pra casa, elas recebem dele a promessa de serem libertadas através da música.

E aí o prólogo acaba e recebemos um choque de realidade: a história se divide em outros três contos, que são ao mesmo tempo encantadores e perturbadores.

Um aspirante a músico que vê o sonho de sua vida ameaçado pelo surgimento do nazismo; dois irmãos órfãos que lutam para permanecer juntos; uma garota, filha de imigrantes, enfrenta diferentes dramas durante a Segunda Guerra Mundial.

O amor, o sonho e a música são ingredientes em comum nesses contos e nos transportam para cada uma das épocas apresentadas, nos fazendo compartilhar dos sentimentos e angústias de cada personagem.

Num mundo onde nem sempre o que é certo tem mais força, é possível lutar por nossos sonhos mais puros e sinceros? Pode ser difícil, mas, depois de ler Ecos, a gente tem certeza que sim!

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