Sou aquele tipo de pessoa que gosta de ler um pouco de tudo: romance, ficção científica, comédia, drama, contos de fadas, e por aí vai. Mas li poucos livros de faroeste. Este talvez tenha sido apenas o segundo ou terceiro.

Os irmãos Sisters, do canadense Patrick deWitt (o sobrenome dele é grafado assim mesmo), se passa em 1851 e conta a violenta, trágica e atrapalhada trajetória de Eli e Charlie Sisters à procura de Hermann Kermit Warm, um homem que eles foram contratados para matar.

Rastro de sangue e crise de consciência

Os irmãos pistoleiros, famosos e temidos no Velho Oeste, deixam um rastro de sangue e destruição por onde passam. Mas, ao longo do caminho, Eli enfrenta uma crise de consciência e passa a questionar o tipo de vida que leva, o que causa inúmeros conflitos com Charlie.

Durante a leitura, tive diversos sentimentos e pensamentos diferentes. Os irmãos são realmente violentos e têm as atitudes mais questionáveis — e isso gera muita revolta. Ao mesmo tempo, por mais que trapacear e matar seja fácil para eles, existe humanidade neles, especialmente em Eli. Ficamos na expectativa para descobrir qual rumo eles tomarão, se Charlie será convencido pelo irmão a mudar de vida, se Warm será encontrado e assassinado, e o que eles farão com as várias possibilidades que se apresentam ao longo do caminho.

Filme com Joaquin Phoenix

Os irmãos Sisters é um livro gostoso de ler. Ele tem cenas violentas, mas também apresenta momentos engraçados. O que mais chama a atenção é a forma ambígua com que os protagonistas são construídos: em algumas passagens, as atitudes deles nos revoltam; em outras, a gente quer chamar os dois para uma conversa.

Os irmãos Sisters é o livro mais conhecido de Patrick deWitt e foi finalista do Man Booker Prize de 2011. O romance foi adaptado para os cinemas em 2018 pelo diretor Jacques Audiard e conta com Joaquin Phoenix e John C. Reily dando vida aos personagens principais.

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