A fúria dos reis
Autor: George R. R. Martin
Tradução: Jorge Candeias
Editora: Leya
Páginas: 656
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Continuando com as resenhas dos livros de As crônicas de gelo e fogo, hoje é a vez de escrever sobre A fúria dos reis, o segundo volume da saga criada por George R. R. Martin. Pode ler sem receio: o texto não tem spoilers desse livro e nem de A guerra dos tronos. Ok, ok… só haverá um spoiler, mas você será avisado antes de lê-lo.

Contexto explosivo e novos personagens

Depois dos acontecimentos narrados em A guerra dos tronos, a situação em Westeros está tensa. A rixa entre famílias poderosas, que antes era velada, foi escancarada. O reino se tornou um barril de pólvora prestes a explodir, e o surgimento de um cometa vermelho no céu é tomado como um sinal de mau agouro. É nesse contexto sinistro que A fúria dos reis começa.

Um dos destaques do livro é que, finalmente, conhecemos Stannis Baratheon, irmão do rei Robert, que tinha sido mencionado inúmeras vezes no volume anterior. Através dele, somos apresentados a outros dois personagens, em quem ele confia plenamente: o ex-contrabandista Davos Seaworth e a sacerdotisa Melisandre de Asshai, a “mulher vermelha”.

Ao mesmo tempo, cabe a Renly Baratheon, irmão caçula de Robert e Stannis, levar ao tabuleiro de Westeros a família Tyrell e a guerreira Brianne de Tarth.

Outro personagem que ganha destaque é Theon Greyjoy; em A fúria dos reis alguns capítulos são narrados pelo ponto de vista do herdeiro das Ilhas de Ferro. É por meio de Theon que um certo Ramsay Snow cresce em importância na história.

Enquanto essas novas figuras se posicionam na trama, velhos conhecidos dos leitores (Tyrion Lannister, Robb Stark, Daenerys Targaryen, Jon Snow) precisam assumir novos papéis e provar seus valores, que em Westeros, podem ser um tanto ambíguos. Nos Sete Reinos, as linhas entre bem e mal, e lealdade e traição, são muito tênues.

Política, profecias e fantasia

A escrita de George R. R. Martin continua afiada nesse volume. Ao mesmo tempo em que demonstra como funcionam os jogos políticos de Westeros, o autor escreve cenas de tirar o fôlego, como o desfecho do prólogo e a batalha que acontece no clímax do livro. Martin também brilha com as profecias e visões de Daenerys Targaryen e Bran Stark. Algumas delas farão sentido nesse volume, mas outras só serão compreensíveis nos próximos livros.

Os pontos de vista dos capítulos são divididos entre nove personagens: Catelyn, Davos, Sansa, Arya, Bran, Jon Snow, Daenerys, Meistre Cressen (espécie de médico e conselheiro de Stannis) e o já citado Theon.

Atenção: o próximo parágrafo contem spoilers

Também é em A fúria dos reis que a fantasia de As crônicas de gelo e fogo ganha força. Se em A guerra dos tronos ela ainda era tímida (com a breve aparição dos Outros, por exemplo), aqui ela se manifesta através de Melisandre e dos dragões de Daenerys Targaryen, que nascem no final de A guerra dos tronos (ah, vai dizer que você não sabia?). Quando crescidos, os animais se transformam em verdadeiras máquinas de guerra; eles foram fundamentais pra que os antepassados dela assumissem o poder de Westeros séculos atrás.

Fim dos spoilers

A fúria dos reis é menos impactante do que A guerra dos tronos, mas cumpre muito bem o seu papel: manter o leitor interessado e preparar o terreno para o espetacular A tormenta de espadas. Mas isso é assunto para a sexta que vem.

AVALIAÇÃO

→ Imagens extraídas da internet.