AS AVENTURAS DO BARÃO DE MUNCHAUSEN
Autor: Rudolf Erich Raspe
Tradução: Ana Goldberger
Editora: Iluminuras
Páginas: 200
Avaliação: / Muito bom
Onde comprar: Amazon
Sabe aquelas típicas histórias de pescador? Substitua as pescarias por caçadas, batalhas e viagens, e as imagine sendo contadas por uma pessoa muito exagerada. Assim você já tem uma breve ideia das peripécias narradas no livro As aventuras do Barão de Munchausen.
Relatos fantásticos… e cômicos
O Barão de Munchausen é um personagem muito popular na literatura, principalmente na Europa, e suas histórias foram reunidas num livro pela primeira vez em 1785, pelo alemão Rudolf Erich Raspe. Na obra, o próprio Barão narra para alguns convidados os acontecimentos fantásticos que viveu em suas viagens pelo mundo.
E põe fantásticos nisso.
Por exemplo: ele cavalgou durante uma batalha em um cavalo cortado ao meio; conseguiu escapar do ataque simultâneo de um leão e um crocodilo; foi lançado contra uma cidade sitiada montado em uma bala de canhão; e por aí vai. Cada história é mais louca e divertida do que a outra.
O texto é muito cômico pois, a todo momento, o Barão conta como brigou com alguém que duvidou de seus relatos. Ele também diz que não gosta que outras pessoas contem suas aventuras, pois elas acabam exagerando e comprometendo a veracidade dos casos…
O livro fica ainda mais engraçado quando a gente descobre que o Barão de Munchausen existiu de verdade!

Um barão alemão
Seu nome era Karl Friedrich Hieronymus e ele nasceu em 1720, em Bodenwerder, na Alemanha (na cidade, aliás, existe uma estátua em sua homenagem reproduzindo o caso do cavalo cortado ao meio). Ele teve uma carreira militar bem-sucedida e, depois de se aposentar, não perdia uma oportunidade de narrar suas façanhas — sempre com o exagero que lhe deu fama e, mais importante, sem esboçar um sorriso e com a maior naturalidade.
Mas nem todas as histórias reunidas no livro foram contadas na vida real por seu protagonista. Rudolf Erich Raspe criou novas anedotas que atribuiu ao Barão, e diferentes autores adicionaram outros casos nas edições posteriores do livro.
Isso é perceptível nas mudanças de tons nas narrativas. A primeira metade do livro é mais pitoresca e engraçada; a segunda é mais imaginativa, quase surreal, com o personagem visitando uma ilha feita de queijo, conhecendo os moradores da lua, e encontrando deuses mitológicos como Vulcano e Vênus.
Isso torna o conjunto um pouco desigual, mas não compromete a leitura, que é sempre muito divertida!
A arte das boas histórias
A Iluminuras optou por lançar o livro na coleção infanto-juvenil Livros da Tribo (da qual O flautista de manto malhado em Hamelin também faz parte), mas pessoas de todas as faixas-etárias vão dar muitas gargalhadas com as histórias do Barão. Essa edição, aliás, é linda, com tamanho grande (21×27) e diversas ilustrações de ninguém menos que Gustave Doré.
Além de ser muito engraçado, As aventuras do Barão de Munchausen cativa pessoas há tanto tempo pois é, em sua essência, sobre um dos maiores prazeres da Humanidade: a arte de contar e ouvir boas histórias — sejam elas verdadeiras ou não.